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Gestão Canindé da Farmácia é alvo de críticas em São Rafael: saúde precária, promessas não cumpridas e até aliados cobram ações

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A gestão do prefeito Francisco Canindé Pinheiro dos Santos, conhecido como Canindé da Farmácia, vem enfrentando uma onda crescente de críticas por parte da população e até mesmo cobrança de vereadores da sua base aliada. A insatisfação gira em torno de problemas considerados graves, especialmente na área da saúde e da educação.

Na última sessão da Câmara Municipal, realizada na segunda-feira (19), a pauta dominante foi a cobrança por ações concretas da atual administração. A fala mais contundente veio do vereador Zé Carlos, que integra a base do governo:

“A gestão precisa melhorar a saúde, melhorar a representação. Estamos precisando que aconteçam as ursulografias no hospital, que aconteçam os exames de sangue no hospital, que realmente tenham as especialidades no hospital: o cardiologista, o psicologista, o operatista e até mais”, declarou o parlamentar, que ainda relatou ter levado uma paciente a Assú para realizar exames básicos, por falta de atendimento no município.

Zé Carlos reconheceu as dificuldades herdadas pela gestão, mas ressaltou que isso não justifica a falta de ação:

“Sabemos que ele [Canindé] decidiu enfrentar, então tem que lutar para resolver. Ele sabe dos problemas e tem que se preparar para fazer o melhor”, afirmou, cobrando urgência nas promessas de retomada dos serviços essenciais.

Críticas também vieram da oposição — e da própria base

Além de Zé Carlos, outros vereadores reforçaram a insatisfação com os rumos da administração. Os parlamentares Chico Alves, Fábio de Lulu e Darlison Gonzaga questionaram duramente o uso da gestão anterior como justificativa para os problemas atuais.

“O prefeito recebeu a prefeitura com dívidas e salários atrasados, sim, mas ele também não pagou. Então não pode usar isso como desculpa eterna”, argumentou Fábio de Lulu.

O vereador também fez um comparativo entre a estrutura do hospital durante a gestão do ex-prefeito Reno Marinho e a atual. Segundo ele, vários profissionais foram retirados ou não foram substituídos:

  • Antes: fisioterapeuta, nutricionista, psiquiatra (com 5 vagas por mês), casa de apoio.
  • Agora: não há sequer psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e nutricionista.

Gestão sob suspeita de falta de transparência

O vereador Darlison Gonzaga, cobrou mais transparência nas prioridades orçamentárias da Prefeitura. Segundo ele, enquanto a crise financeira foi usada como motivo para cancelar a tradicional festa do Dia das Mães, no mesmo período foram firmados contratos que somam cerca de R$ 40 mil, considerados supérfluos:

“Foi cancelada uma homenagem simbólica às mães, mas firmaram contratos para fornecimento de quentinhas e hospedagens [por quase R$ 25 mil reais], o que demonstra falta de sensibilidade e de critério com o dinheiro público”, disse.

Falta de apoio à APAE e descaso com a Educação

Outro ponto levantado pelos vereadores foi o abandono do serviço prestado pela APAE no município. Segundo as denúncias, a Prefeitura não tem cedido profissionais para a entidade, mesmo após diversas cobranças — inclusive do vereador Arthur Marinheiro, que representa a base governista na Câmara.

Na Educação, os problemas se acumulam. Estudantes relatam atrasos constantes nos ônibus escolares que fazem a rota entre São Rafael e Assú. Além disso, os vereadores cobraram explicações sobre os cadernos escolares distribuídos pela Prefeitura.

A promessa era que novos cadernos, personalizados para os alunos da rede municipal, seriam entregues em até 90 dias. No entanto, os cadernos distribuídos seriam reaproveitados da Prefeitura de João Câmara, apenas encapados com o brasão de São Rafael. Após pressão, Canindé garantiu que a empresa contratada, L C dos Santos Comercial, enviaria cadernos novos — o que ainda não se concretizou.

O “Sonho do Povo” em xeque

Canindé da Farmácia chegou ao poder com o slogan “O Sonho do Povo”, prometendo avanços nas áreas mais sensíveis da administração pública. No entanto, o que se vê, segundo os próprios vereadores, é um cenário de frustração generalizada.

Entre as cobranças mais urgentes da Câmara estão:

  • Regularização de exames básicos no hospital municipal.
  • Reposição de especialidades médicas e equipes multiprofissionais.
  • Transparência orçamentária na destinação de recursos.
  • Apoio efetivo à APAE e instituições sociais.
  • Solução imediata para os problemas no transporte escolar e cumprimento de promessas na entrega de materiais escolares.

Na visão de parte da oposição — e, cada vez mais, de integrantes da base —, o “sonho” anunciado por Canindé começa a dar lugar ao que muitos já definem como o “pesadelo do povo”.

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